Recebemos doações de roupas da simpatizante de nosso movimento, Viviane Sobrosa Souza, e tentamos encaminhar essas roupas metade para a Casa de Convivência localizada na Rua João Alfredo - que recolhe os moradores de rua do centro da cidade durante o dia - e a outra metade para abrigo noturno que recolhe os moradores de rua do centro da cidade durante a noite.
Pois bem, o primeiro simplesmente ficou de buscar as doações e não o fizeram, o segundo (o abrigo noturno) nos deu uma resposta estapafúrdia: a de que não viriam até nosso endereço "simplesmente" para buscar doações. Ainda tentei alegar que na Praça Júlio Mesquita sempre temos moradores de rua, e que especialmente uma família, pai, mãe e filho com idade aproximada de dois anos nos tem chamado a atenção, a atendente disse então que não viriam pois nas outras vezes que vieram os abordados simplesmente não quiseram ir para os abrigos, ainda tentei alegar que isso não era verdade, e mesmo que fosse verdade eles não fazem nada mais que obrigação de recolherem os moradores de rua, pois essa é a função desses orgãos ligados a Fasc, que tem dotação orçamentária para isso, e que não é pequena, todos os funcionários recebem salários para exercerem essa função.
No dia 16 de março, levei as doações de roupa para a Vila Chocolatão, onde foram muito bem recebidas pelos moradores, e por um de seus líderes, o Prof. Luis.
Durante esta semana tivemos vários dissabores. Na quinta-feira pela manhã a nossa D. Celia Mariante da Silva, veio comunicar que havia sido assaltada, e que o neto de sua amiga, um menino de 14 anos também havia sido assaltado.
D. Celia, moradora aqui da Rua General Salustiano também comunicou que dias deste um "elemento" simplesmente não queria deixá-la sair de casa, queria cobrar "pedágio" para ela sair da própria casa!
Senhoras e senhores, ainda tem mais!
Na terça-feira quando eu voltava de uma ação na Vila Chocolatão, em torno de 22h40min, parei no bar "Gazômetro", isso mesmo Gazômetro com Z, tive de ir embora pois um elemento com "algemas" adentrou o recinto! Como se não bastasse na hora da minha "fuga" para casa encontrei com outro elemento entrando nesse bar, o tal elemento tinha em suas mãos fios, isto mesmo, fios elétricos, obviamente fios que ele acabara de roubar, e não escondia de ninguém... Liguei para a Brigada, fui atendida por uma gentil sargento que tomou atitude e da minha janela pude ver que um corajoso brigadiano adentrou a praça para enfrentar "sozinho" no mínimo dez marginais. A sempre parceira Guarda Municipal desta vez faltou conosco, apesar do apelo que fizemos.
Para completar a semana quase "infernal" o sempre solícito diretor de parques e praças da SMAM, nos deu retorno pouco encorajador quanto a manutenção dos canteiros da Júlio Mesquita, da colocação dos fradinhos e também e principalmente quanto ao desenvolvimento do projeto de reforma da Praça Júlio Mesquita, projeto que é o quesito mínimo para que eu possa auxiliar na captação de recursos para viabilizar a reforma total da praça, mais de um ano após o Diálogos na Praça ocorrido na Júlio Mesquita, e quase "dois" anos depois de eu ter colocado a primeira vez meus pés na SMAM, não temos sequer o projeto, que segundo eles mesmos dizem é prerrogativa dos técnicos da SMAM.
A pergunta é: todos esse seres são pagos para servir a população ou para ficar contra ela?
Jacqueline Sanchotene/Movimento VIVA Gasômetro
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